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A educação formal é muito importante na vida de cada cidadão, mas no interior do Brasil, especialmente na zona rural, há cerca de 60 anos, o acesso ao ensino regular era difícil ou quase inexistente. Dessa forma, muitos dos que nasciam e permaneciam no seu lugar de origem se tornavam adultos analfabetos, o que não impedia a criatividade ou o aprendizado de um ofício que ajudasse as famílias na sobrevivência. Nesse ambiente surgiu um artesão que encanta com o seu trabalho na madeira.

Com a criação de mandalas, a imaginação e criatividade do “Seu Inácio” foram se ampliando e chegaram-se às esculturas. Ele define a sua técnica como única, pois trabalha a madeira de diversas formas, reaproveitando-a sem derrubar nenhuma árvore. Ele entalha a madeira e em outros momentos cria pequenas peças e faz colagens.

Trajetória

Inácio José de Souza Neto, de origem humilde, nasceu e foi criado na zona rural de Medina (Médio Jequitinhonha), no ano de 1964. A condição econômica desfavorável da família impedia que as crianças ganhassem brinquedos. Contudo, ele fazia, com ajuda de um irmão, os brinquedos para todos da casa.

Com o pai lavrador e a mãe artesã, Seu Inácio herdou a habilidade dos dois e por um bom tempo foi lavrador, depois se tornou marceneiro, trabalhando até no serviço público. Hoje trabalha na marcenaria, mas direciona a maior parte do seu tempo para o lado artístico. Isso ficou mais evidente em 2010, quando houve mudança de rumo com o olhar de uma amiga que viu suas habilidades e o incentivou a criar peças com materiais recicláveis da própria marcenaria.  

Descendentes

Na família, ele fez questão de ensinar os três filhos e o neto o que sabe, enquanto sua esposa, que é servidora pública também se envolve com o artesanato, juntando o que produz ao trabalho de Inácio. Ela recicla tampinhas de frascos diversos. O neto também está seguindo os passos do avô e também já faz algumas peças para venda, quando consegue ir no atelier na zona rural do avô.

Seu Inácio adora o que faz e mesmo se definindo como analfabeto, ele diz que consegue lucrar e contribuir para a economia da região. Ele se orgulha em dizer que já esteve três vezes ao lado do governador Romeu Zema, que tem uma das peças desenvolvidas pelo medinense.

Além das feiras que participa com o apoio da Secretaria de Estado de Desenvolvimento Econômico (Sede), sempre que pode, o artesão atende a convites, inclusive de escolas de artes, para falar da sua arte e ensinar interessados no ofício de transformar a madeira. As encomendas do seu trabalho vêm de diversas regiões do Brasil e a intenção é ampliar esse atendimento. Quem quiser conhecer melhor o que o “Seu Inácio” faz com restos de madeira podem acessar o Instagram @inacioartes

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