O Idene esteve representado em audiência pública da Comissão Extraordinária de Energias Renováveis e Recursos Hídricos da Assembleia Legislativa, nessa quarta-feira (15/9), pelo seu diretor-geral, Nilson Borges. O tema da discussão foi crise hídrica, seus impactos e as contribuições dos atores para mitigar as dificuldades enfrentadas pelos municípios das diferentes regiões.
Nilson Borges disse que o Idene tem feito muitas ações, porém há necessidade de mais recursos para a construção de grandes barragens que viabilizem programas de desenvolvimento econômico e social. “Esses dois andam juntos, não ficam desatrelados. Há necessidade de um esforço conjunto dos governos e sociedades civil organizada. Fazemos hoje ações importantes, mas os projetos estruturantes são imprescindíveis”, disse.
Na sua área de abrangência, o Idene tem entregado Sistemas Integrados de Abastecimento de Água (SIAAs) em parceria com a Secretaria de Estado de Desenvolvimento Social (Sedese), poços artesianos e centenas de kits especiais com reservatórios de 10mil e 15mil litros, acompanhados dos tubos para ligações.
Presidida pelo deputado Gil Pereira, a comissão ouviu os deputados Carlos Pimenta, Celinho do Sinttrocel e Virgílio Guimarães. Todos eles manifestaram preocupação com a seca severa que atinge o estado de Minas Gerais, principalmente as regiões que historicamente registram índices pluviométricos mais baixos, como o Norte de Minas, Nordeste e Leste.
Entretanto, especialistas ouvidos disseram que em 2021 a escassez hídrica atinge também regiões como o Triângulo Mineiro e o Alto Paranaíba. O Instituto Nacional de Meteorologia (Inmet), por meio do seu coordenador, Lizandro Gemiacki, chegou mostrou dados da situação em diversos municípios.
Projeto Jequitaí, benefícios e custos
O Idene, a Codevasf, o Igam, a Cemig, a Copasa e a Defesa Civil do Estado expuseram as suas ações para o enfrentamento do período crítico ao longo dos anos. Fernando Brito da Codevasf abriu espaço para expor o projeto hidroagrícola Jequitaí que será um grande aliado para melhorar a situação hídrica no Norte de Minas. O projeto de construção das obras físicas é responsabilidade do governo federal e a gestão ambiental, fundiária e social estão com o governo do Estado, por meio do Idene, que substituiu a Seapa.
O valor previsto para o empreendimento é de R$482 milhões, sendo R$176 milhões já investidos. Para conclusão são necessários R$212 milhões. Haverá desenvolvimento econômico e social capaz de impactar 600 mil pessoas com a construção das barragens, abastecimento de cidades, irrigação de 35 mil hectares, geração de energia, espaço para turismo e lazer com a formação dos lagos.
Também se manifestaram na audiência pública: a Ordem dos Advogados do Brasil (OAB), a Federação das Indústrias do Estado de Minas Gerais (Fiemg) e a Associação Brasileira de Energia Solar Fotovoltaica (Absolar), que mostrou o crescimento dessa matriz energética, que em 2050 será a principal no Brasil.